A música angolana está de luto. Morreu nesta sexta-feira, 26 de dezembro, o músico e produtor angolano Roxane Fernandez, vítima de um mal súbito, associado a problemas de saúde preexistentes. A notícia da sua morte surgiu inicialmente nas redes sociais, onde rapidamente foi confirmada e repercutida por vários órgãos de comunicação social e artistas conceituados, que usaram as suas páginas oficiais para lamentar profundamente a perda.
Segundo informações avançadas por familiares e divulgadas pela TV Zimbo, Roxane Fernandez encontrava-se na província da Huíla, onde havia cumprido uma actividade artística no dia 24 de dezembro. Aproveitando o facto de a sua mãe residir naquela província, o músico permaneceu no Lubango para passar a consoada em família. Na madrugada de 25 para 26 de dezembro, sofreu um mal súbito. Hipertenso, não resistiu, apesar das tentativas de socorro.
Natural da Huíla, Roxane Fernandez construiu uma trajectória artística fortemente ligada à cidade do Lubango, onde desenvolveu grande parte do seu percurso cultural e musical. Reconhecido pelo seu contributo relevante para a valorização da música instrumental angolana, destacou-se pela sensibilidade artística, rigor técnico e dedicação incansável à promoção da cultura nacional.
A sua morte gerou uma onda de comoção entre colegas de profissão, fãs e admiradores. Entre as várias homenagens, destacou-se a mensagem do músico Filho do Zua, que, visivelmente abalado, escreveu nas redes sociais:
“Não acredito que foste embora, mano. Ainda agora estávamos juntos a festejar e deste-me todo o apoio do mundo no Lubango, na tua terra. RIP mestre do Semba.”
Em 2018, Roxane Fernandez lançou o seu primeiro álbum, “Hora Certa”, composto por 14 faixas musicais, das quais 11 são temas originais e 3 versões, incluindo “Katia”, original do músico Konde. A obra consolidou o seu nome no panorama musical angolano e permanece como um testemunho vivo do seu talento e dedicação.
Roxane Fernandez parte fisicamente, mas deixa uma marca profunda na música angolana. O seu legado artístico continuará a ecoar, mantendo viva a memória de um músico que fez da arte um compromisso com a identidade cultural do país.